COARCTAÇÃO DA AORTA
Plínio Vasconcelos Maia
A coarctação da aorta (CoAo) é definida como um estreitamento que diminui a luz da Ao e produz obstrução ao fluxo urinário. A localização mais comum é no ponto de inserção do canal arterial, na porção descendente da Ao torácica, abaixo da artéria subclávia E.
Manifestações Clínicas
A idade e o modo de início dependem da localização da CoAo e de anomalias associadas. Crianças com estreitamento grave podem parecer normais ao nascimento e ter pulsos femorais palpáveis no caso de coexistência da Co com uma PCA, na qual o VD ajuda no débito sistêmico. Nesse caso os sintomas ficariam evidentes com o fechamento do canal arterial. O lactente torna-se irritadiço, taquipnéico e desinteressado em mamar.
Quando o aparecimento da sintomatologia se dá na idade adulta, os sinais são aqueles relacionados à hipertensão arterial.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito clinicamente. Os achados incluem hipertensão, um gradiente de pressão sistólica entre braços e pernas, um SS ouvido sobre o precórdio esquerdo e posteriormente entre as escápulas e diminuição ou ausência dos pulsos femorais com retardo da fase ascendente. Um SD de regurgitação Ao pode estar presente na associação com valva Ao bicúspide.
O ictus é geralmente visível e palpável com as características de aumento de VE.
Na ausculta há ainda hiperfonese de B1 e B2.
O Rx de tórax pode demonstrar cardiomegalia com HVE. A incisura costal, na borda inferior das costelas, secundária a vasos intercostais aumentados e tortuosos é quase que patognomônica da CoAo.
O ECG mostra HVE.
A angiografia demonstra a Co, sua localização e extensão.
O CAT e o ECO Doppler mostram anomalias associadas e permitem a mensuração do gradiente.
História Natural
Os lactentes sintomáticos têm mortalidade elevada, dependendo da gravidade da Co e da presença de anomalias associadas. Os pacientes que sobrevivem até a vida adulta tem expectativa de vida muito reduzida. As causas de morte na Co não tratada são: ruptura expontânea da Ao, endocardite, AVC hemorrágico.
Tratamento
A tendência atual é no reparo eletivo a uma idade precoce para impedir a ocorrência de complicações, como a hipertensão arterial. A HA pode se desenvolver em pacientes que tiveram o reparo feito no final da infância ou na idade adulta.
O tratamento inicial com prostaglandina E1 pode abrir o CA do RN, permitindo a perfusão sistêmica e correção da acidose metabólica no pré-operatório.
Cirurgia
O método clássico é a ressecção da área de obstrução com anastomose primária término-terminal.
A terapia não operatória é a angioplastia translumiar percutânea por balão. Os resultados iniciais foram encorajadores mas não se conhecem os resultados a longo prazo.
Resultados
Os resultados dependem da idade do reparo, do tipo de reparo usado e das anomalias associadas.